gone to the place where she loses herself - I

e eis que, aproximadamente um ano e dois meses após a minha primeira ida à curitiba, retorno à esta maravilhosa cidade com a mesma finalidade: congressos. lembro de, no retorno à pelotas, me perguntar: será que algum dia voltarei lá? nos últimos verões [lê-se de 2001 a 2004], nós [minha família] costumávamos passar uns quinze dias em uma pequena praia do norte do rio grande do sul. na verdade é uma extensão de capão da canoa e atlântida e afins, mas é num daquele trechos que tem poucas casas e quase nada de movimento. e eu AMAVA ir pra lá por vários motivos: primeiro, porque o calor insuportável do concreto se dissipava; segundo, porque a casa era a uma distância de duas quadras da beira da praia e a gente podia dormir e acordar ouvindo o barulho das ondas; terceiro porque havia pouquíssima gente e nada de surfistas e afins na volta; e quarto porque tinha uma rede na qual eu podia ficar me embalando e escutando música e lendo até cansar. também, passar uns dias de descanso com os pais, a vó e os irmãos e os quitutes intermináveis da vó era uma maravilha. e quando se queria agito, íamos à capão ou atlântida em cinco minutos. uma beleza. e por que falei disso tudo? porque sempre que voltávamos de lá, eu ficava pensando: quando será que voltarei de novo? e como vocês podem ver, faz uns bons três anos que não o faço. pois bem, sempre me pergunto se voltarei a um lugar após deixá-lo e, para não perder o costume, perguntei-me isso ao deixar curitiba. pra minha surpresa, como supracitado, praticamente um ano e dois meses depois eu volto àquela cidade. que felicidade! :D

ano passado eu havia ido até lá para participar do P&D, congresso internacional de pesquisa e desenvolvimento em design. posso dizer que o que lá vi e aprendi foi crucial para os meus planos, a minha educação e meu futuro profissional. contudo, ano passado fui apenas como congressista, devorando todas as apresentações de artigos e palestras que eu podia assistir, além de pegar todos os contatos possíveis. e este ano fui novamente para congressos. entretanto, estes eram congressos mais específicos. um era sobre design da informação [CIDI - 3º congresso internacional de design da informação, em português porém com a participação de alguns estrangeiros] e o outro sobre alfabetismo visual [IVLA- 39º annual conference of the international visual literacy association, todo em inglês]. ainda, este ano fui para ser monitora, e não apenas congressista. e ser monitora me rendeu a isenção das inscrições, almoços pagos, contatos mais próximos com futuros profes e orientadores de mestrado e novos amigos, além do exercício do meu inglês [a fala anda bem enferrujada, como pude constatar. conversação já!].

ai, e foi tudo tão bom! cansativo, porém muito produtivo. tiveram apresentações que não pude assistir [horários de trabalho - trabalhei na secretaria, cuidando de inscrições e pepinos de última hora, fiz traduções - no segundo dia, fiz tradução simultânea português-inglês para uma americana que queria assistir a uma apresentação que era em português. que sufoco! eu me desculpei, disse que houve algumas frases que não consegui traduzir, até mesmo por conta do vocabulário técnico de design da informação que ainda não domino, mas ela disse que entendeu tudo, ueheuhe - e monitorei salas]. contudo, tiveram aquelas das quais não esperava muito e que, no final, se mostraram extraordinárias. e o melhor acho que é exatamente tomar consciência da amplitude do ensino e do aprendizado do design. tive contato com pessoas do paraná, santa catarina, rio de janeiro, são paulo, pernambuco. é estranho e ao mesmo tempo interessantíssimo ver pessoas do outro lado do país falando do mesmo assunto que tu, apesar das visíveis diferenças culturais. temos tantas diferenças e tantas semelhanças ao mesmo tempo. é fascinante! e tal constatação vai além, ao ter-se contato com pessoas de outros países: fui monitora de uma sala na qual, felizmente, estavam marcadas as duas apresentações de uma grega que trabalha com alfabetismo visual [mas ela dá aula numa universidade de chicago]. mein gott, quanta inteligência e desenvoltura e simpatia concentrados numa pessoa só! [para os curiosos, ela se chama maria avgerinou e ela falou sobre podcasts para ensino]

além disso, adicionando à lista de contatos, haviam norte-americanos, alemães [entre eles uma gurizada que está estudando na ufpr, da alemanha. me aventurei pouco na língua alemã, aproveitei que o inglês deles era impecável e voilà].

e desta vez, pude aproveitar melhor a cidade. ano passado, quando fui, ficava tão cansada após o dia todo de atividades que só queria dormir. este ano, contudo, decidi aproveitar ao máximo. fiquei no apê de uma ex-profe e agora amiga e colega de profissão, o que facilitou horrores o deslocamento na cidade [ela ainda divide o apê com um pessoal muuuuito legal!]. com companhias excelentes, fui ao bar do alemão, que eu já havia ido da outra vez, tomei vários submarinos e trouxe os canequinhos. :) fui a um bar chamado wonka, muito diver [só que no dia tava tocando música eletrônica. blé]. fui ao museu que o oscar niemeyer projetou [woooow] e, por último, fui a um restaurante muito legal, mas carésimo, chamado mustang sally. chopp bom, comida deliciosa e sobremesa performática. nessas horas penso em ser milionária só para poder viajar horrores e fazer os programas mais legais. ah, e teve ainda o jantar de encerramento que foi num restaurante de comida brasileira chamado benetida. comi horrores [bem pobre faminta - era de graça, uehuehe] e até dancei num trenzinho com os americanos, ueheuheue. :P

enfim, só os trajetos de bus [dezesseis horas na ida e o mesmo na volta] que foram bem cansativos. mas nada que um mp3 com uma boa seleção de músicas não ajude. :) ainda, na volta somaram-se os vários livros comprados [voltei com 6 pilas, ueheuehe].

se alguém chegou até aqui, obrigada por partilhar da minha pequena aventura. e que isso se repita mais vezes. amem! :)