Donnerstag, 19. Februar 2009

trema

só porque estou em uma discussão linguistica (e incomodada comigo por ainda não ter lido as novas regras gramaticais - damn!), lembrei da música que leva o nome deste post e desenterrei TOM BLOCH.

havia esquecido o quão BOM é e e quantas lembranças BOAS me traz. :D



(cliquem nesse que lá tem mais).

e hoje vou ler virginia antes de dormir e ouvir os cds over and over.

Samstag, 14. Februar 2009

Aufklärung

e a última semana foi bastante intensa. começou com uma viagem de última hora para poa, no sábado. foi rápida [retornei no domingo], mas recheada de novas possibilidades de vida/futuro promissores. obviamente que o pequeno choque cultural, como costumo dizer, me acometeu ao colocar os pés novamente em pelotas, mas ao menos pude vislumbrar que meu tempo aqui está, de fato, se esgotando. poa sempre me acorda e me enche de esperanças e coragem.

e tão logo cheguei, parti para a casa de uma querida amiga [do top 5 people in the world], que embarcava na terça para portugal. mais um fato bastante inquietante, tanto pela intranquilidade até que ela se acomode bem lá quanto pela falta que ela me fará e pelo aumento da minha vontade de mudar de localização geográfica. este é um dos meus desejos mais latentes por um tempo já.

e a semana decorreu recheada da rotina já conhecida, porém desta vez com várias pequenas conquistas e mudanças. e eis que ontem, sexta, fui à formatura de meus primeiros orientandos. me senti muito honrada e feliz por ter feito parte desta conquista deles, mas, antes disso, me senti indescritivelmente satisfeita pela realização individual de cada um. uma sensação transbordante, impagável. ser professor tem toda esta questão humanística, que eu não saberia nomear um outro cargo o qual fosse capaz de proporcionar tanta satisfação alheia na mesma intensidade. é muito recompensador!

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ando com um sentimento constante tomando conta de meus passos e ações. em alemão se chama Aufklärung. é um momento de tomada de consciência [positiva ou negativa], de revelação, de descoberta. vai ao encontro do que comento abaixo.

acho que nunca me senti tão bem comigo quanto nestes últimos tempos. estou mais à vontade/satisfeita com minha mente e meu corpo, minhas atitudes e meus pensamentos. parece que finalmente estou tomando real consciência de quem sou e do que quero fazer [mesmo que ser e fazer temporariamente]. minha vida social e profissional parece estar mais bem resolvida e estou criando laços afetivos mais intensos. estou me relacionando melhor com minha família e amigos, estou dedicando mais tempo a mim e a meus queridos e o trabalho está, incrivelmente, sendo mais numeroso e rendendo mais, mesmo com menos tempo.

decidi experimentar ao máximo possível novas sensações e situações e rever pontos antes intocáveis e estanques, afinal you only live once, and it's a really short life. comprovando isso, hoje pintei as unhas de vermelho pela primeira vez, o que sempre refutei. e adorei! esses pequenos [e alguns podem dizer fúteis] passos também contribuem para nosso amadurecimento. espero que esta sensação de satisfação pessoal e esta abertura para mudanças me acompanhem sempre.

Montag, 2. Februar 2009

[sweet?] dreams

há duas noites tenho tido sonhos estranhos:

sábado-domingo: sonhei que eu tinha umas asas de plástico transparentes, com estruturas em alumínio (algo como uma estrutura de guarda-chuva, maleável), e que eu as acoplava às minhas costas quando quisesse. e em um determinado dia eu estava em um telhado de uma típica casa americana com uns amigos (recentes e antigos e desconhecidos- ?) e que eu disse que iria voar. e então saí voando. e senti aquele friozinho na barriga de voar, e lembro de tangenciar algumas árvores e ficar com folhas no corpo. foi diver.

domingo-segunda: tive dois sonhos estranhos:
o primeiro foi que um[a] foguete/nave da nasa aterrisou no pátio daqui de casa e eu estava na frente do portão da garagem, aguardando a aterrisagem. antes de aterrisar de fato ele ficou dando umas voltas estranhas no céu, ameaçando aterrisar em outro lugar. mas aí ele aterrisou aqui e bem na hora da aterrisagem meu pai saiu pela porta da cozinha, no meio da fumaça toda. e neste meio tempo entrou um monte de repórteres com câmeras e microfones pelo portão da frente, e os astronautas começaram a sair do[a] foguete/nave. e eu fiquei só olhando, de chinelinho nos pés, adorando a função e desejando um capacete e uma roupa de astronauta.
e o segundo foi que eu estava entrando num jogo do grêmio no que eu entendia ser o olímpico, só que eu estava com uma das minhas avós (?). e na hora de passar o cartão para entrada, tinha que deixar chaves e celular e cartões de banco (?) em uma caixinha, como quando se vai passar pelas portas giratórias de bancos, e eu estava com pena de deixar minhas chaves pois tinha meu chaveiro novo e amado de uma cabine telefônica londrina. mas eu deixei, passei pela catraca (ah, essa entrada do estádio era o check in do salgado filho!) e quando fui pegar meus pertences meu cartão de crédito havia sumido. e eu fiquei enchendo o saco do atendente, porque alguém teria que achar meu cartão ou alguém teria que ter visto quem havia pego! e então eu tinha que ligar pro banco pra trancar tudo, mas também não queria perder o jogo. este não teve desfecho, pois acordei em seguida.

e ok, o que isso tudo quer dizer? something, nothing?

Sonntag, 1. Februar 2009

anékdotos/twist of fate

Mr. Clay pergunta: "O que é isso?"
"É algo que um homem pensou e escreveu."
"Aconteceu?", pergunta Mr. Clay.
"Não."
"E vai acontecer?"
"Não."
Mr. Clay não se conforma. "Mas deveria acontecer", replica sarcástico, como quem diz, do contrário não faz sentido contá-lo.

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por muito tempo fui algo como Mr. Clay, uma [ingênua] adoradora de literatura, mas que duvidava da não-veracidade dos fatos narrados. atualmente, talvez pelo aumento da maturidade, pelo estudo da semiótica [siiim] e/ou pelo acúmulo de diferentes experiências antes não-vividas e agora já bem degustadas, consigo abstrair mais e aceitar muitas narrações apenas como pura ficção. mas sempre fico com aquela pontinha de dúvida: qual pequena ação [ou até mesmo palavra] desta ficção bebeu da realidade para todo o seu desfecho? é, acho que ainda tenho uma pequena resistência: a necessidade de um pequeno ponto de apoio na realidade para o surgimento de devaneios. pragmatismo, objetividade e racionalidade me acompanham [quase] sempre.

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sempre gostei muito de ler. na minha adolescência instituí a regra de ler um grande clássico todas as férias, o que já me rendeu uma pequena bagagem literária. com a entrada na faculdade, a leitura de livros não-específicos da área de atuação decaiu, e agora tento retomar o ritmo. é uma forma de me desligar das atividades profissionais e entender o mundo de outra forma.

e K. Blixen é a escritora que desta vez me deleita. terminei anedotas do destino, último livro de contos da escritora em vida e meu primeiro concluido de 2009. o que me levou a lê-lo não foi somente a vontade de conhecer a obra da autora, mas, sobretudo, o conto a festa de babette e, mais ainda, o título do livro, anedotas do destino. tantos fatos desconexos ocorrem em nossas vidas que uma pequena fé no destino, ou na idéia de que um dia os pontos se juntarão, independente do que aconteça, é o que me faz saborear um pouco melhor cada um destes fatos que tomam espaço recentemente não somente comigo, mas com pessoas próximas. é quase algo como vagar a noite toda e só pela manhã enxergar o desenho do caminho -antes fragmentado, agora completamente interligado. talvez só acreditando em destino, e na suas venturas, para [tentar] justificar uma grande quantidade de fatos que ocorrem na nossa [breve?] existência. alguém pode me dizer que nem tudo precisa fazer sentido e que nem tudo precisa ter resposta, mas eu [ainda] não funciono/penso assim. preciso das conexões [por mais obscuras e complexas e dolorosas que estas sejam] para seguir em frente, mesmo que sem segurança no início. viver apenas por viver não me serve.